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sábado, 7 de fevereiro de 2009

Projeto Filé 2009 - Aqui jaz um par de pernas...

Celular insiste em mais uma manhã em tocar e lá vou eu tentando enganá-lo com o soneca. Mais uma vez ganha e guardo o troco para o sabádo e domingo. "Cadê??? Aonde elas estão?". Minhas pernas já não são mais as mesmas. Sinto dores absurdas e quando me levanto da cama, já percebo como será aos 83 anos de idade. Com meu vasto conhecimento em medicina, deduzo que meu ligamento cruzado anterior está inflamado (ainda me repetiram por 3 centésimos em biologia na setima serie).  

As dores são tantas que quando desço do ônibus, desço igual aquelas senhoras que fazem degrau por degrau. Primeiro um pé, depois o outro pé no mesmo degrau e assim vai. Sempre o motorista está com pressa e fica soltando aqueles punzinhos do ônibus. Começo a ver o mundo dos idosos com outros olhos, ou com as pernas para ser preciso. Nunca senti tanta dor nas pernas. Tinha vontade de espetar uma agulha pelo joelho, para tentar aliviar a dor. E com essa formidável idéia, decidi ir fazer acupuntura. Liguei no final do dia mas consegui marcar consulta para o dia seguinte. Sorte que eu conhecia um dos bons. Mas pensando bem, acho que não foi tanta sorte assim. Voltemos ao assunto. Em 2000 fiz um curso de shiatsu. Pois é, me inscrevo em tudo quanto é curso que aparece e gostei muito do professor. Retificando, gostei como ele conduzia a aula. Era um japinha coroa, que fala como japa. Troca a letra "L" pelo "R". Um Cebolinha ao avesso. Impossível não segurar o riso quando fala.  

Dia seguinte, ainda andando igual a minha avó com o seu andador, chego no consultório. Converso com o Japinha, que depois de um tempo lembra de mim do curso, ou fingiu muito bem que lembrava. Pega uma ficha com um desenho do corpo humano e começa a fazer um tipo de anamnese. Pede para eu tirar a camisa, o tênis, meias e deitar na maca só com a bermuda. Ansioso estava para saber o que ia acontecer. Normalmente não sou e me controlo bem. Mas naquele momento, confesso que estava e também estava me sentindo muito perdido. Deitado com a barriga para cima, solicita que jogue as duas pernas, retas, para cima, afim de verificar minha elasticidade. Não me perguntem para que. "Nossa, muito ruim!! Temos que encaixar melhor esse quadril!". Mais um que vai avacalhar com meu corpinho de pera williams. Segurando minhas pernas com uma das mãos, sentou umas palmadas em mim. Mas bateu com força mesmo. Estava esperando a hora dele gritar: "Vaaaaaaaaaiiii danado!". Mas ao invés disso, disse que estava gordo e forte. Não soube e ainda não sei se foi ofensa ou elogio. Mudei o pensamento e fiquei calado. Depois de algumas boas palmadas, pediu para fazer de novo o teste do alongamento. Com receio que ele achasse que ainda seriam necessárias mais palmadas, empurro as pernas com toda força. Quase não volto ao normal depois desse balé. Ele achou que ficou bom e perguntou da dor das pernas. Ainda estavam lá, mas tinha diminuído. Acho que as palmadas me distraíram e não dei muita importância as pernas.   

Chegou a tão esperada hora da acupuntura. Ele olha um quadro grande, com desenho do corpo humano e em seguida me pede para estender a mão direita. Esse negócio de acupuntura tem disso. Você tem dores no calcanhar direito, espetam uma agulha debaixo da unha do dedo mindinho esquerdo e sua dor vai embora. Acredito muito que a dor do dedo mindinho seja tão grande que esquece da dor do pé. Foi mais ou menos assim comigo. Enfiou a agulha na lateral da mão direita e me perguntou se doeu. Disse que só senti a picada da agulha. Wrong Answer!!! Ele diz que errou então. Era para ter gritado e dito que estava doendo muito. Completa que se tivesse acertado o lugar, tinha doido muito. Incrívelmente, ele tira e retorna a furar. Primeira ida a lua minha. Mesmo que não tivesse doído tanto, ia fingir. Mas doeu muito, tipo pra ******* a beça. Palavrões vieram a ponta da língua, mas com minha educação européia, segurei. Acho que ele leu meus pensamentos e disse que podia falar palavrão, pois eu era o último do dia e não iria assustar ninguém que estaria esperando lá fora. Não perdoei a mãe dele.

Depois de ter abusado da minha mão, passou a brincar com os pregos, longe daquilo ser agulhas, nos meus joelhos. Se na mão fui a Lua, nos joelhos estava com o capitão Kirk fazendo uma excursão pelas galáxia. Segurava a maca por baixo, com a duas mãos e tentava segurar a dor toda vez que enfiava as agulhas. Não somente enfiava, como rodava elas dentro do joelho. Parecia que estava fazendo um casaquinho de tricot. A sala estava com ar condicionado ligado, mas suava como sauna. Depois do joelhocídio, pede para levantar e ver se ainda sintia dor. Ainda doía muito. Mas não tinha mais coragem de dizer que não doia. Disse que ficou uma maravilha e que não entendi por que o Ronaldinho Fenômeno não tratou o joelho com ele. Respirei fundo e sai do consultório sem dar na cara, que ainda estava doendo absurdamente. 

No dia seguinte, apelei para o convencional. Fui num ortopedista que me receitou um antinflamatório, que de tão forte que era, tive que tomar junto com a comida na hora do almoço. Como sempre, também solicitei, que me desse um pedido de exame de sangue completo e de HIV (apenas para tranquilizar minha mãe). O ortopedista ainda pediu um exame de urina. Não me perguntem por que. Só que eu esqueci o potinho para a coleta da urina, no trabalho. Muito sabiamente, já em casa, peguei um frasco vazio de shampoo e guardei, para quando chegar no trabalho, encher o frasco certo que em deram para os devidos fins. Tinha lido no potinho, que a coleta deveria ser feita assim que acordasse e deveria desprezar o primeiro jato. Primeiro jato??? Quantos jatos acham que eu faço? Não pago parcelado não!!! Alias... lembrando aqui. Meu avô, que Deus o tenha, a noite, quando ia no banheiro, escutava ele mijando. Realmente ele pagava parcelado. Agora entendo. Na dúvida em separar o primeiro jato dos demais, comecei a encher o frasco de shampoo depois de sair bastante urina. O frasco do shampoo era de meio litro somente. Queria guardar o resto em outro recipiente, para nao desperdiçar, mas só tinha os copos de água daqui de casa. Achei que a água nao seria mais a mesma depois. Tive que desperdiçar. 

Chegando no trabalho. Minha amiga, que trabalha ao lado, me recebe com um matinal ponto de interrogação. Antes que perguntasse alguma coisa, expliquei: "Esqueci o potinho mas por sorte, achei esse frasco de shampoo.". A  cara de nojo veio muito depois das ofensas a minha inteligência. Ninguém falou que não podia usar o frasco de shampoo. Convencido de que a urina anti-caspa para cabelos ressecados, não poderia ser mais utilizada, joguei privada abaixo.

Tomo palmadas de japa, fico que nem Cristo com pregos no joelho, gasto meu tempo mirando o jato no buraquinho do frasco do shampoo e ainda tem a fisioterapia que vou começar. Tudo isso para o carnaval. Então... vai entender!


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Projeto Filé 2009 - 2º Dia ("The Day After")

Depois de seis vezes apertar o "soneca" do celular, acordo, atrasado como sempre. Ao me levantar da cama, já percebo que não sou mais o mesmo. Volto ao tempo e lembro das aulas de biologia do colégio, no qual tínhamos que decorar todos os nomes dos músculos do corpo. Nunca deixarei de te esquecer, externocleidomastóideo! Agora acredito que possa ser verdade, que temos todos aqueles trocentos músculos, que a v*** da professora disse que tinha (ela me reprovou por três centesimos na sétima série). Sem rancor! Claro!

Dói tudo da cintura para baixo, ou quase tudo. Sempre subo os três lances de escadas do prédio que trabalho. Mas dessa vez, pedi ajuda ao elevador. Se isso fosse com a minha projenitora, claustrofóbica, com certeza, não iria trabalhar. Tudo correu razoávelmente bem dentro da senzala em que me encontro. Não fiz nem 1 minuto de hora extra e me mandei. Chegando em casa, começo a fazer um debate reflexivo, para saber se devo ou não ir a academia. Quando moramos sozinhos, há uma carência de discutir com alguem. Faço isso internamente, mas às vezes escapam palavras. Ainda bem que ninguem escuta. Depois de muito debater, chegamos, opa! Cheguei numa conclusão: tenho que ir malhar. Não posso desistir por causa de umas dorzinhas. Arrumo-me com aquele shortinho de lycra com forro anal para ciclismo - isso salva as coxinhas do atrito. Coloco uma bermuda por cima, para não pensarem que moro na Farme e ipod no ouvido.

Feliz, quase contente, ainda sinto dores, caminho na rua em direção a academia. Opa! Tudo apagado? Tudo bem que hoje é feriado, dia de São Sebastião, o padroeiro da cidade. Mas se o padroeiro estivesse vivo, gostaria de malhar para ficar filé no verão. Então por que estaria fechada a academia?

Cabisbaixo, volto para casa. Mudo a playlist para a "female". É a playlist com músicas lentas, que me fazem lembrar os pés na bunda que recebi da mulhreda. É mortal. Mas naquele momento, essa era a trilha sonora perfeita. As pernas nem estavam mais doendo. Acho que elas ficaram aliviadas quando viram a academia fechada.

Como eu malhei na segunda-feira, fui terça na academia (mesmo que ela esteja fechada, o que vale é a intenção), acho que na quarta tenho que me resguardar por ter malhado dois dias seguidos.