terça-feira, 17 de novembro de 2009

Pula!!!

Aos 9 anos achava que sabia tudo que me era necessário, talvez até soubesse, mas não sabia realmente quem eu era ainda. Aos 18 anos, achava que já me conhecia muito bem e me achava um adulto de verdade. Cinco anos depois, aos 23 anos, tinha certeza quem eu era e meus defeitos, mas isso durou pouco tempo, quando tomei um belo pé na bunda de uma namorada. A partir desse momento, nunca mais me ousei a dizer que me conhecia, tão pouco meus defeitos.

O bom de não se trabalhar é que você tem tempo para fazer tudo. Talvez não tenha companhia, pois não existem tantos vagabundos no mundo. Mas eu tenho um primo vagabundo como eu e me acompanha sempre. Academia, que quando trabalhava, no máximo passava 2 horas, hoje fico 5 horas, converso com todos, faço todas as aulas que posso, desde que estejam inclusas no meu plano. Aí mora o perigo. Aula de alongamento, beleza, faço direitinho.

Aula de Yoga, beleza, consigo até fazer a posição do Guerreiro Uivante Invertido Segundo (meu primo não!). Mas tudo começou na aula de forró, quando passei uma aula inteira no um - dois - três; um - dois - três. O professor ficava trocando a minha parceira para que nenhuma cometesse o suicídio saindo da aula. Acho que foi uma forma de castigo que ele utilizou. A menina errava o passo com outras pessoas e ia dançar comigo. Me senti um carrasco!

Voltando a aula, comprovei o que eu já tinha percebido, não tenho ritmo. Definitivamente, tenho que treinar demais para aprender algo. Mas era apenas a ponta do iceberg do meu problema. Na aula de Jump, para os sedentários explico - aula no qual cada aluno realiza os exercícios em cima de uma pequena cama elástica individual - apareceu o mais cruel de todos os defeitos, a completa falta de coordenação motora. A aula é puxada e necessita disposição, isso eu tenho. Mas todos os exercícios são coordenados. A morte para mim! Imaginem coordenar a altura do pulinho com a dancinha da musica eletrônica empolgante.

As vezes conseguia fazer os exercícios, mas eram alguns segundos somente e tinha que olhar para a bunda da menina que estava lá na frente. Não que eu fosse um tarado da aula de jump, mas precisava ver como era o exercício e a bunda era um ponto central olhando de trás. Acredito que meninas ao meu lado devam já ter comentado algo como: "Se ele não olhasse tanto para a bunda da menina, talvez conseguisse fazer tudo direito.". Pior que era deixar de olhar a bunda e quase caía do trampolim (como chamam a cama elástica).

Conclusão, não posso dizer que minha falta de coordenação depende da bunda alheia, mas que eu tenho um poder de concentração muito baixo e essa falta de concentração vem do fato de eu encher o saco muito rapidamente de atividades repetitivas. Os astrólogos iriam culpar isso ao meu ascendente, gêmeos. Mas eu culpo a minha progenitora mesmo. Poderia ela ter-me feito menos lindo, elegante, charmoso, ou até mesmo, menos humilde e colocar um pouco de coordenação motora?

Andar, respirar e falar no celular ao mesmo tempo, é o meu recorde.