sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Projeto Filé 2009 - O Porquinho

Chegou o maldito dia. Dessa vez não podia ficar mais apertando soneca do celular e tive que ir a academia para fazer a coisa mais terrível do mundo, a avaliação funcional.

Fui apresentado a um professor que iria conduzir a terrível avaliação funcional. Nesse momento, senti que a avaliação não seria tão dolorosa, quando normalmente é. O professor que iria conduzi-la tava devendo muuuuuuito mais que eu. E o danado ainda estava vestindo uma camiseta de "Personal". Oras! Quem contrata um personal fofolete? É como ir ao dentista e ver que seus dentes estão todos cariados.

Depois de fazer uma série de perguntas sobre minha saúde, modos alimentares, histórico clinico familiar, mediu minha altura (174cm), tirou meu peso (75kg) e veio com aquela pinça para medir gordura. Que lugarezinhos safados ele resolveu pinçar. Braço, coxa, barriga, costas... Estava esperando um sorrisinho sarcástico dele no momento da barriga. Mas estava preparado para revidar se o fofolete o fizesse. Sabiamente, não fez.

"Por favor, senta no chão, pernas esticadas, sem dobrar o joelho, tente atingir ao máximo a régua. Você tem três tentativas e se dobrar o joelho, vou contar como tentativa, mas não irá valer. Irá valer o melhor resultado". Uhm!? Como assim?? Estava numa competição com o coxinha e não sabia. Agora levei pro pessoal. Primeira tentativa estiquei-me muito. Muito! Aiiiii... câimbra no abdômen. Ele nota e pede pra me alongar. 1 x 0 para ele. Danado! Na segunda e terceira tentativa, não tive cãimbra e acho que fui bem. Sento na cadeira e ele termina de fazer o laudo da avaliação.

Explica todo o procedimento realizado e aquele blá-blá-blá. Chega na parte mais importante. Percentual de gordura. Nada menos que 24,8% de gordura!! Em outras palavras, quase 20kg de gordura no meu corpo. Pensando positivamente, numa queda de avião nos Andes, poderia viver uns 12 dias sem precisar comer os amiguinhos mortos da queda. Pensando friamente, tenho levado para passear, há um bom tempo, um porco de 20kg.

Para finalizar, mostrou minha flexibilidade. Numa escala de 0 a 10, estaria quase no 1. Quase também que o empadão me disse que a minha avó, que usa andador, tem mais flexibilidade que eu. Mas ele não quis ficar catando dentes pelo chão.

Podia ter saído triste, desmotivado, enfraquecido. Mas saí com o porco de 20kg e determinado a transformá-lo a um mísero leitãozinho. Porém meus joelhos não aguentaram tantas corridas nos dias que antecederam e hoje estou precisando do andador da minha avó. Comecei a tomar o genérico do Cataflan.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Projeto Filé 2009 - 2º Dia ("The Day After")

Depois de seis vezes apertar o "soneca" do celular, acordo, atrasado como sempre. Ao me levantar da cama, já percebo que não sou mais o mesmo. Volto ao tempo e lembro das aulas de biologia do colégio, no qual tínhamos que decorar todos os nomes dos músculos do corpo. Nunca deixarei de te esquecer, externocleidomastóideo! Agora acredito que possa ser verdade, que temos todos aqueles trocentos músculos, que a v*** da professora disse que tinha (ela me reprovou por três centesimos na sétima série). Sem rancor! Claro!

Dói tudo da cintura para baixo, ou quase tudo. Sempre subo os três lances de escadas do prédio que trabalho. Mas dessa vez, pedi ajuda ao elevador. Se isso fosse com a minha projenitora, claustrofóbica, com certeza, não iria trabalhar. Tudo correu razoávelmente bem dentro da senzala em que me encontro. Não fiz nem 1 minuto de hora extra e me mandei. Chegando em casa, começo a fazer um debate reflexivo, para saber se devo ou não ir a academia. Quando moramos sozinhos, há uma carência de discutir com alguem. Faço isso internamente, mas às vezes escapam palavras. Ainda bem que ninguem escuta. Depois de muito debater, chegamos, opa! Cheguei numa conclusão: tenho que ir malhar. Não posso desistir por causa de umas dorzinhas. Arrumo-me com aquele shortinho de lycra com forro anal para ciclismo - isso salva as coxinhas do atrito. Coloco uma bermuda por cima, para não pensarem que moro na Farme e ipod no ouvido.

Feliz, quase contente, ainda sinto dores, caminho na rua em direção a academia. Opa! Tudo apagado? Tudo bem que hoje é feriado, dia de São Sebastião, o padroeiro da cidade. Mas se o padroeiro estivesse vivo, gostaria de malhar para ficar filé no verão. Então por que estaria fechada a academia?

Cabisbaixo, volto para casa. Mudo a playlist para a "female". É a playlist com músicas lentas, que me fazem lembrar os pés na bunda que recebi da mulhreda. É mortal. Mas naquele momento, essa era a trilha sonora perfeita. As pernas nem estavam mais doendo. Acho que elas ficaram aliviadas quando viram a academia fechada.

Como eu malhei na segunda-feira, fui terça na academia (mesmo que ela esteja fechada, o que vale é a intenção), acho que na quarta tenho que me resguardar por ter malhado dois dias seguidos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Projeto Filé 2009 - 1º Dia

Eu e quatrocentas e noventa e três milhões de pessoas no mundo deixam para se preocupar com a aparência fisíca quando chega o verão e não antes. Tudo eu deixo para cima da hora e não ia ser agora que mudaria. Mas vamos ao relato do primeiro dia.

Chegando no estabelecimento, a recepcionista disse que eu precisava de um atestado médico e de uma avaliação funcional. Ambos custam 40 reais, mas o atestado poderia vir de fora. Por sorte, eu tinha o atestado. Pedi quando fui ao ortopedista para ver o meu joelho. Por mais sorte ainda, só aceitavam atestados emitidos até 1 mês. Bem, hoje é dia 19 de janeiro e ele foi feito no dia 18 de dezembro. Nada com que uns olhares sedutores não conseguiriam contornar. Essa foi fácil. A recepcionista ligou pra gerente e ela autorizou. Olha que a gerente nem viu meu olhar sedutor. Beleza até o momento. Agora aquela avaliação funcional. Para quem não sabe que diabos é isso, explico: O infeliz te mede em tudo, peso, altura, comprimento do fêmur, quanto de gordura nos cilios... Para alguns desses itens, ele te coloca na parede, sem camisa e de bermuda e tira fotos. Nesse momento achei que estava num programa de TV e iriam me usar para vender cinta abdominal. Resumindo, para quem é sedentário como eu, isso é vergonhoso. Mas..... para eu começar a malhar (levantar peso) precisaria fazer tal avaliação. E tem que agendar! Ou seja, enquanto eu não me exponho àquele ridículo, tenho que ir para academia só para fazer trabalhos aeróbicos (esteira, bicicleta, olhar as gostosas...). Avaliação agendada, fui correr.

Correr menos de 30 minutos é ultrajante. Mas antes de correr, verifiquemos o peso. Uhhmmm 77,7kg. Para alguem de 1,74m, estou fortinho. Mas nem tanto. Obviamente para uma pessoa hiperativa, que cansa de tudo muito rápido, levei meu ipod e coloquei a playlist que me empolga. Também tive que pegar uma esteira bem de cara para televisão. Só o ipod não é suficiente para segurar toda minha atenção.

Comecei a correr com uma música bem empolgante. Coloquei a esteira numa velocidade forte, pelo menos para mim era bem forte. Depois que acabou a musica, olhei para ver o quanto tempo estaria faltando, 28'30". A música era pequena mesmo, mas parecia que eu tinha corrido do flamengo à Barra pela linha amarela. Consegui segurar o ritmo com a música que vinha.

Beleza, estamos indo bem. Respirando pelo nariz e soltando pela boca. Isso.... não!!! não tente dançar que sua mãe não lhe deu o dom da dança e não é aconselhavél dançar numa esteira em funcionamento. Achei melhor reduzir um pouco a velocidade, pois meu objetivo era a Barra e não Angra dos Reis.

Passados 18 minutos, veio o professor tirar meus batimentos. Entregou-me um dispositivo que coloquei no peito e no relogio de pulso dele saiu o resultado: 182 batimentos por minuto. Meu coração estava batendo tão rapido quanto de um recém nascido. Prontamente ele me perguntou a idade para saber qual seria meu batimento máximo permitido. Mas prontamente ainda, sem gaguejar, respondi: "vinte e três!". Ele fez uma cara de desconfiado e devolvi: "Tá bommmmm vinte e seis, mas me sinto como tivesse vinte, na média, vinte e três.". Palavras como "idiota" e "mongo" devem ter passado pela cabeça dele. Mas me perguntou se estava tranquilo com o ritmo. Respondi que sim e ele foi embora. Mal sabia ele que eu estava torcendo mais para acabar logo aqueles minutos remanescentes, do que torci para o Vasco ir para a segundona (queria ver o circo pegar fogo entre Dinamite e Eurico).

Ufa! Completei os intermináveis 30 minutos. Tinha percorrido 5,5km e sai andando com aquela impressão de que você está andando devagar e o mundo passando rápido (só eu tenho essa sensação quando corro em esteira, ou mais alguem?). Opa! Balança de novo. Subi e marcou 77,4kg. Nossa! Foram 300g só numa corridinha tranquila de 30 minutos. Mas rapidamente coloquei as 300g de volta no bebedouro da academia.

Esse primeiro dia foi um pouco sofrido, mas se continuar no ritmo, chego lá. Quero ver meus muscúlos amanhã quando acordar...