Era noite e tinha dois assuntos importantes a tratar com ela. Liguei para seu celular, após o fixo cair na secretaria eletrônica. Estava em Teresópolis. Começo a entender por que gosto tanto de viajar, mesmo sendo canceriano. Transcrevo parte do dialogo.
"- E como está Tere? Tudo bem?". Continuei o discurso.
bla, bla, bla, bla... Ela falava de Teresópolis.
"- Bem mãe, tenho dois assuntos para falarmos. Primeiro é sobre o carro. Caiu o dinheiro que depositei? (Estou comprando o carro dela, pois vai trocar por um mais novo, mas não tem paciência para vende-lo no particular)".
"- Ahhhhh meu filho, essa semana foi tão corrida que nem deu tempo para ver." (Isso porque tinha enchido a paciência para depositar na segunda. Podia ter dado volta nela, sorte que é minha mãe).
"- Tudo bem mãe, mas depositei. O outro assunto...". Engoli seco, dei uma pausa e prossegui. "É que vou, vou... ser papai.".
(Respiração profunda do outro lado do telefone, seguida de uma voz tremula.
"- Ahhhhhh meu filho..."
Senti que as coisas não iam nada bem. Achei que ia desmaiar e ainda somos todos cardíacos na família.
"- Calma mãe!!! É primeiro de abril."
A respiração dela volta e responde.
"- Filha da p%*#!!!!!".
Acho que sou o único idiota que depois dos trinta ainda brinca com o primeiro de abril.