terça-feira, 17 de novembro de 2009

Pula!!!

Aos 9 anos achava que sabia tudo que me era necessário, talvez até soubesse, mas não sabia realmente quem eu era ainda. Aos 18 anos, achava que já me conhecia muito bem e me achava um adulto de verdade. Cinco anos depois, aos 23 anos, tinha certeza quem eu era e meus defeitos, mas isso durou pouco tempo, quando tomei um belo pé na bunda de uma namorada. A partir desse momento, nunca mais me ousei a dizer que me conhecia, tão pouco meus defeitos.

O bom de não se trabalhar é que você tem tempo para fazer tudo. Talvez não tenha companhia, pois não existem tantos vagabundos no mundo. Mas eu tenho um primo vagabundo como eu e me acompanha sempre. Academia, que quando trabalhava, no máximo passava 2 horas, hoje fico 5 horas, converso com todos, faço todas as aulas que posso, desde que estejam inclusas no meu plano. Aí mora o perigo. Aula de alongamento, beleza, faço direitinho.

Aula de Yoga, beleza, consigo até fazer a posição do Guerreiro Uivante Invertido Segundo (meu primo não!). Mas tudo começou na aula de forró, quando passei uma aula inteira no um - dois - três; um - dois - três. O professor ficava trocando a minha parceira para que nenhuma cometesse o suicídio saindo da aula. Acho que foi uma forma de castigo que ele utilizou. A menina errava o passo com outras pessoas e ia dançar comigo. Me senti um carrasco!

Voltando a aula, comprovei o que eu já tinha percebido, não tenho ritmo. Definitivamente, tenho que treinar demais para aprender algo. Mas era apenas a ponta do iceberg do meu problema. Na aula de Jump, para os sedentários explico - aula no qual cada aluno realiza os exercícios em cima de uma pequena cama elástica individual - apareceu o mais cruel de todos os defeitos, a completa falta de coordenação motora. A aula é puxada e necessita disposição, isso eu tenho. Mas todos os exercícios são coordenados. A morte para mim! Imaginem coordenar a altura do pulinho com a dancinha da musica eletrônica empolgante.

As vezes conseguia fazer os exercícios, mas eram alguns segundos somente e tinha que olhar para a bunda da menina que estava lá na frente. Não que eu fosse um tarado da aula de jump, mas precisava ver como era o exercício e a bunda era um ponto central olhando de trás. Acredito que meninas ao meu lado devam já ter comentado algo como: "Se ele não olhasse tanto para a bunda da menina, talvez conseguisse fazer tudo direito.". Pior que era deixar de olhar a bunda e quase caía do trampolim (como chamam a cama elástica).

Conclusão, não posso dizer que minha falta de coordenação depende da bunda alheia, mas que eu tenho um poder de concentração muito baixo e essa falta de concentração vem do fato de eu encher o saco muito rapidamente de atividades repetitivas. Os astrólogos iriam culpar isso ao meu ascendente, gêmeos. Mas eu culpo a minha progenitora mesmo. Poderia ela ter-me feito menos lindo, elegante, charmoso, ou até mesmo, menos humilde e colocar um pouco de coordenação motora?

Andar, respirar e falar no celular ao mesmo tempo, é o meu recorde.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Vai vencer!

Não é competição e nenhuma disputa. Alias, até poderia ser uma, o desafio de conseguir comer tudo que tem numa geladeira de um solteiro dentro do prazo de validade.

Moro sozinho há 5 anos e sempre to comendo alguma coisa que tenha a data de validade passada. Impressionante como os produtos tem a data de validade muito menor para as pessoas que moram só, do que as pessoas que moram com outras.

Já deixei de ver os campos dia e mês da data de validade. Atualmente apenas vejo o ano. Se ele for do ano corrente ou do ano passado, como. Caso contrario, está vencido!!! Não pode comer mais!! As vezes tenho uns bons piriri. Mas desconfio que seja por outro motivo inexplicado ainda.

Outro dia abri a geladeira, com fome, a procura de algo para comer. Peguei um queijo gorgonzola e quando ia partir, percebi que nunca tinha comprado queijo gorgonzola. Bem... na duvida, devolvi o pseudo-gorgonzola a geladeira. Devia ser de outra pessoa.

Voltei com a seguinte pergunta, como vou saber que um queijo gorgonzola venceu? Que aparência ele teria?





sexta-feira, 24 de abril de 2009

Melhor correr

Um amigo, amigo mesmo não é mentira (dessa vez), que trabalhou na Globo, sempre disse que dentro da Globo os homens são meninas ou são completamente loucos. Ele disse que era louco, mas não quis interromper a história que estava a contar. 

Disse que num determinado dia, em pleno verão carioca, estava com um amigo do trabalho andando pelo Projac. Naquele sol escaldante, que dava até para ver os tão falados raios UV, estava um infeliz afrodescendente com uma britadeira em cima do asfalto de 48ºc. O pobre coitado não suava, derretia naquele sol. Se chamam de pizza aquela mancha de suor debaixo do braço, na camisa, o moreninho tinha uma gigante de catupiri. E numa parada do barulho da britadeira,  o cara que estava com esse meu amigo solta o grito:

"- Aí negão!!!! Essa moleza vai acabar hein!!!" 

Não preciso dizer que a Lei Áurea deu direito do afrodescendente correr atrás do louco, como o Ben Johnson dopado na olimpíada de 88 em Seul. 

No último domingo fui numa churrascaria e achando algo errado, percebi que o garçom não entrava mais entre as pessoas da mesa, apresentava a comida na cabeceira  da mesa. Só entrava entre as pessoas, caso você quisesse a carne.  Ou seja, não tinha mais aquele sussurro gostoso no ouvido:

"- Quer maminha?"

quinta-feira, 19 de março de 2009

Metrô Rio agradece a preferência!

Rio de Janeiro, quarta-feira às dezoito horas entro na estação do Flamengo rumo a estação Del Castilho, onde iria pegar uma carona para o chopp com antigos amigos do colégio na Barra da Tijuca. 

Todo mundo sempre reclama dizendo que nesse horário o metrô, na linha 1, fica insuportavelmente cheio em direção a zona norte. Paguei, literalmente, para ver. 

Como disse, entrei na estação do Flamengo. Não tinha lugares disponíveis para sentar e já tinha um pessoalzinho em pé. Para se chegar na estação de Del Castilho, teria que fazer a baldeação (transfer para quem é chique)  na estação da Estácio para a linha 2. Como não sabia qual dos dois lados do trem deveria descer, fiquei no meio do vagão. Muito boa escolha! Assim poderia perceber mais de perto, o que queriam dizer com metrô cheio.

Não demorou muito para o vagão ficar animado. Duas estações depois que entrei, já estava catando as costas de alguém, para colocar as minhas e assegurar, que meus fundos não seriam afetado pela crise, que estaria por vir. Na primeira estação do centro, Cinelândia, o pessoal que estava fora e queria entrar, precisou de um pouco mais de um simples "Dá licença" para entrar na festa. 

Nesse momento vi ao meu lado, uma mulher que estava com um velho por trás dela. Ela lamentava muito não ter pego um ônibus. E o velho lamentava muito não ter 40 anos a menos. Assim como ela, vi outras mulheres no vagão serem pegas de surpresa por essa tsunami de gente entrando no metrô. 

Na estação da Carioca só faltaram gritar "Perdeu playbloy!". Pessoal entrou na pressão. Aonde tinha espaço disponível, não faço a menor ideia. Reavalio o que aprendi em física, sobre dois corpos não ocuparem o mesmo lugar no espaço.

Na pressão completa, o metrô foi assim até a estação Estácio, onde soltei para fazer a maldita baldeação.  Chegando na linha 2, o metrô foi cheio, mas nada comparado ao que tinha passado. Até agora, ainda estou me perguntando por que as pessoas querem segurar as malditas barras de proteção? Acham elas que podem cair?  Elas podiam levantar os dois pés do chão que ainda não iam cair. 

O melhor dessa jornada toda, foi quando a porta do metrô abriu na Carioca e veio aquele mundo de gente se debatendo e me surge uma voz no auto-falante, meiga e doce: "Ao embarcar, dirija-se ao centro do carro".

terça-feira, 3 de março de 2009

Em tempos de neve...

Aproveitando as férias numa estaçãozinha no Colorado, contesto um fato, que sempre aparece e provoca a minha curiosidade.

Todas as vezes quando pego um lift, aquela cadeirinha que te leva pro alto da montanha e tem uma coroa dividindo a cadeirinha comigo, a cena se repete: Mal sento no lift e a véia já fica aguniada para baixar a barra de proteção. Até ai, explicavél. Deve ter medo de altura e não pode andar mais de 1 metro de altura que tem mal estar. 

Mas agora vem a curiosidade. Chegando ao final da subida do lift, temos que levantar a barra de proteção para sair. Para alguém que baixou a barra logo que sentou na cadeirinha, era esperado que levantasse a barra perto de chegar. Mas não!

Todas as coroas que baixam logo a barra quando sentam na cadeirinha, querem levantar a barra a trocentos metros de distância de chegar. Oras! Por que abaixaram então?

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Projeto Filé 2009 - Bem passado

No último domingo, fui com uns amigos fazer um passeio de barco. Coisa de gente pobre, que não tem amigo rico de lancha bacana. O combinado era reunir o pessoal às 10:30am na Urca, ao lado do forte (se fosse rico, saíra do Iate clube). Não preciso mencionar o quanto árduo é o trabalho de acordar cedo para mim. Principalmente num domingo. Mas como confirmei presença, contavam comigo, ou com meu dinheiro. Fato inédito e de extrema relevância, cheguei pontualmente no lugar marcado! Mas meu amigo, organizador do evento, demorou mais de 1 hora. Só pensei na hora de sono que porderia estar dormindo. Palavras de baixo calão me vieram a cabeça. Poupando a mãe dele, que conheço e gosto muito, ataquei sua masculinidade.

O barco chegou. Como esperado, não era nenhum iate. Mas também não era aquele navio negreiro, que tem aos montes em Arraial do Cabo para passeio. Lá a mulher mais horrorosa do barco, tem que ir na frente. Ela deve ir se achando a Katie Winslet em Titanic. Quem está de fora, acha que é uma carranca.

A comida era individual e cada pessoa levava o que iria consumir. Por um lado foi bom para me ajudar a ficar nas nomas do Projeto Filé. Por outro, tive que pensar em o que levar e ainda ter que preparar. Resolvi levar além de maçãs, uns sandubas bem esquisito com broto de alfa, para não motivar ninguém a querer. Mas quiseram...  

No meio da navegação o pessoal, com fome, começa abrir chocolates e sacos de biscoitos. Isso na parte da frente, por que atrás ficava a galera do enjôo. Doritos, Pringles, Bono... só tentação. Bravamente me mantive com as maçãs. Chegando ao destino, ilha comprida no arquipélago das Cagarras, foram todos para água. Aproveitei que estavam todos na água e também entrei. Procurei ficar no meio do pessoal, caso aparecesse algum peixe com fome, não seria a primeira opção. Arrependi de não ter levado uma camara de caminhão. Fiquei com inveja da rapaziada de Iguabinha na lagoa de Araruama. Graças aos 25% de gordura medidos pelo fofolete da academia, não tive dificuldade em boiar.

Voltei para o barco e nesse momento o mormaço que fazia havia aberto, dando espaço para o sol. Que bom! Pegar um solzinho e ficar mais moreno vai contribuir no Projeto Filé. Levei um tempo para perceber que precisava de um protetor. Normalmente não uso, por ser homem, elemento macho. Mas tive que ceder e passar por grande insistência de terceiros. Acho que já era tarde, quando passei o protetor. Todos diziam que estava muito vermelho. E toma de mais protetor, como se naquele momento fosse resolver alguma coisa. Turned the foda-se on e relaxei.

Quando estávamos perto de chegar, o barco manobra e faz a volta. Foi socorrer um outro barco, que havia quebrado ali perto. O outro barco era um pouco menor que o nosso e deveria ter a mesma quantidade de gente. Mas todos eram homens, com jeito que tinham acabado de puxar uma laje. Um amigo, sob o puro e elegante efeito do álcool, ainda pergunta para um fera do outro barco: "- Manda manga ai!". O caboclo faz cara de ponto de interrogação, não entendendo nada. Explico rapidamente ao meu amigo, que aquilo que o caboclo segurava, era um pão francês. Além do álcool ainda tinha o balanço do mar, dei um desconto para o meu amigo.  

Dia seguinte, até a minha alma estava vermelha. Como era segunda-feira e fico sem paciência nas segundas, preparei um texto curto, explicando por que estava daquele jeito e fui para o trabalho. O texto foi utilizado inúmeras vezes. Se tivesse impressora em casa, tinha feito panfletos explicativos. Assim me poupava de falar alguma coisa. A noite tive dois problemas para dormir: ardia as costas e a barriga. A cara coçava muito, sinalizando que iria descascar. Não deu outra. Não tive nem tempo de tirar uma foto moreninho. Já começou o processo de  descascar. 

Depois disso tudo chego na seguinte conclusão. Não sou uma pessoa equilibrada. Tá bom que você e o Orkut inteiro já sabiam. Na verdade eu até desconfiava, mas não tinha certeza. Tudo que me proponho a fazer, faço muito além do necessário. Corri demais e ganhei tendinite na tal da pata de ganso. Fui pegar um solzinho, voltei que nem o Jornal dos Sports e agora parece que tenho vitiligo. Será que quando ficar mais velho, melhoro? 


Em tempo de carnaval. Conheci a historia que motivou o nome de um dos famosos blocos de carnavais carioca. Um dos fundadores do bloco estava contando para um amigo, uma história que tinha um cidadão extremamente feio. Então precisou especificar bem o individuo:

"- Pô!! Imagina um cara muito feio, feio mesmo, mas muito feio. Do tipo horrivel. Feio de doer. Imaginou? Então amassa!".

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Projeto Filé 2009 - Aqui jaz um par de pernas...

Celular insiste em mais uma manhã em tocar e lá vou eu tentando enganá-lo com o soneca. Mais uma vez ganha e guardo o troco para o sabádo e domingo. "Cadê??? Aonde elas estão?". Minhas pernas já não são mais as mesmas. Sinto dores absurdas e quando me levanto da cama, já percebo como será aos 83 anos de idade. Com meu vasto conhecimento em medicina, deduzo que meu ligamento cruzado anterior está inflamado (ainda me repetiram por 3 centésimos em biologia na setima serie).  

As dores são tantas que quando desço do ônibus, desço igual aquelas senhoras que fazem degrau por degrau. Primeiro um pé, depois o outro pé no mesmo degrau e assim vai. Sempre o motorista está com pressa e fica soltando aqueles punzinhos do ônibus. Começo a ver o mundo dos idosos com outros olhos, ou com as pernas para ser preciso. Nunca senti tanta dor nas pernas. Tinha vontade de espetar uma agulha pelo joelho, para tentar aliviar a dor. E com essa formidável idéia, decidi ir fazer acupuntura. Liguei no final do dia mas consegui marcar consulta para o dia seguinte. Sorte que eu conhecia um dos bons. Mas pensando bem, acho que não foi tanta sorte assim. Voltemos ao assunto. Em 2000 fiz um curso de shiatsu. Pois é, me inscrevo em tudo quanto é curso que aparece e gostei muito do professor. Retificando, gostei como ele conduzia a aula. Era um japinha coroa, que fala como japa. Troca a letra "L" pelo "R". Um Cebolinha ao avesso. Impossível não segurar o riso quando fala.  

Dia seguinte, ainda andando igual a minha avó com o seu andador, chego no consultório. Converso com o Japinha, que depois de um tempo lembra de mim do curso, ou fingiu muito bem que lembrava. Pega uma ficha com um desenho do corpo humano e começa a fazer um tipo de anamnese. Pede para eu tirar a camisa, o tênis, meias e deitar na maca só com a bermuda. Ansioso estava para saber o que ia acontecer. Normalmente não sou e me controlo bem. Mas naquele momento, confesso que estava e também estava me sentindo muito perdido. Deitado com a barriga para cima, solicita que jogue as duas pernas, retas, para cima, afim de verificar minha elasticidade. Não me perguntem para que. "Nossa, muito ruim!! Temos que encaixar melhor esse quadril!". Mais um que vai avacalhar com meu corpinho de pera williams. Segurando minhas pernas com uma das mãos, sentou umas palmadas em mim. Mas bateu com força mesmo. Estava esperando a hora dele gritar: "Vaaaaaaaaaiiii danado!". Mas ao invés disso, disse que estava gordo e forte. Não soube e ainda não sei se foi ofensa ou elogio. Mudei o pensamento e fiquei calado. Depois de algumas boas palmadas, pediu para fazer de novo o teste do alongamento. Com receio que ele achasse que ainda seriam necessárias mais palmadas, empurro as pernas com toda força. Quase não volto ao normal depois desse balé. Ele achou que ficou bom e perguntou da dor das pernas. Ainda estavam lá, mas tinha diminuído. Acho que as palmadas me distraíram e não dei muita importância as pernas.   

Chegou a tão esperada hora da acupuntura. Ele olha um quadro grande, com desenho do corpo humano e em seguida me pede para estender a mão direita. Esse negócio de acupuntura tem disso. Você tem dores no calcanhar direito, espetam uma agulha debaixo da unha do dedo mindinho esquerdo e sua dor vai embora. Acredito muito que a dor do dedo mindinho seja tão grande que esquece da dor do pé. Foi mais ou menos assim comigo. Enfiou a agulha na lateral da mão direita e me perguntou se doeu. Disse que só senti a picada da agulha. Wrong Answer!!! Ele diz que errou então. Era para ter gritado e dito que estava doendo muito. Completa que se tivesse acertado o lugar, tinha doido muito. Incrívelmente, ele tira e retorna a furar. Primeira ida a lua minha. Mesmo que não tivesse doído tanto, ia fingir. Mas doeu muito, tipo pra ******* a beça. Palavrões vieram a ponta da língua, mas com minha educação européia, segurei. Acho que ele leu meus pensamentos e disse que podia falar palavrão, pois eu era o último do dia e não iria assustar ninguém que estaria esperando lá fora. Não perdoei a mãe dele.

Depois de ter abusado da minha mão, passou a brincar com os pregos, longe daquilo ser agulhas, nos meus joelhos. Se na mão fui a Lua, nos joelhos estava com o capitão Kirk fazendo uma excursão pelas galáxia. Segurava a maca por baixo, com a duas mãos e tentava segurar a dor toda vez que enfiava as agulhas. Não somente enfiava, como rodava elas dentro do joelho. Parecia que estava fazendo um casaquinho de tricot. A sala estava com ar condicionado ligado, mas suava como sauna. Depois do joelhocídio, pede para levantar e ver se ainda sintia dor. Ainda doía muito. Mas não tinha mais coragem de dizer que não doia. Disse que ficou uma maravilha e que não entendi por que o Ronaldinho Fenômeno não tratou o joelho com ele. Respirei fundo e sai do consultório sem dar na cara, que ainda estava doendo absurdamente. 

No dia seguinte, apelei para o convencional. Fui num ortopedista que me receitou um antinflamatório, que de tão forte que era, tive que tomar junto com a comida na hora do almoço. Como sempre, também solicitei, que me desse um pedido de exame de sangue completo e de HIV (apenas para tranquilizar minha mãe). O ortopedista ainda pediu um exame de urina. Não me perguntem por que. Só que eu esqueci o potinho para a coleta da urina, no trabalho. Muito sabiamente, já em casa, peguei um frasco vazio de shampoo e guardei, para quando chegar no trabalho, encher o frasco certo que em deram para os devidos fins. Tinha lido no potinho, que a coleta deveria ser feita assim que acordasse e deveria desprezar o primeiro jato. Primeiro jato??? Quantos jatos acham que eu faço? Não pago parcelado não!!! Alias... lembrando aqui. Meu avô, que Deus o tenha, a noite, quando ia no banheiro, escutava ele mijando. Realmente ele pagava parcelado. Agora entendo. Na dúvida em separar o primeiro jato dos demais, comecei a encher o frasco de shampoo depois de sair bastante urina. O frasco do shampoo era de meio litro somente. Queria guardar o resto em outro recipiente, para nao desperdiçar, mas só tinha os copos de água daqui de casa. Achei que a água nao seria mais a mesma depois. Tive que desperdiçar. 

Chegando no trabalho. Minha amiga, que trabalha ao lado, me recebe com um matinal ponto de interrogação. Antes que perguntasse alguma coisa, expliquei: "Esqueci o potinho mas por sorte, achei esse frasco de shampoo.". A  cara de nojo veio muito depois das ofensas a minha inteligência. Ninguém falou que não podia usar o frasco de shampoo. Convencido de que a urina anti-caspa para cabelos ressecados, não poderia ser mais utilizada, joguei privada abaixo.

Tomo palmadas de japa, fico que nem Cristo com pregos no joelho, gasto meu tempo mirando o jato no buraquinho do frasco do shampoo e ainda tem a fisioterapia que vou começar. Tudo isso para o carnaval. Então... vai entender!


sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Projeto Filé 2009 - O Porquinho

Chegou o maldito dia. Dessa vez não podia ficar mais apertando soneca do celular e tive que ir a academia para fazer a coisa mais terrível do mundo, a avaliação funcional.

Fui apresentado a um professor que iria conduzir a terrível avaliação funcional. Nesse momento, senti que a avaliação não seria tão dolorosa, quando normalmente é. O professor que iria conduzi-la tava devendo muuuuuuito mais que eu. E o danado ainda estava vestindo uma camiseta de "Personal". Oras! Quem contrata um personal fofolete? É como ir ao dentista e ver que seus dentes estão todos cariados.

Depois de fazer uma série de perguntas sobre minha saúde, modos alimentares, histórico clinico familiar, mediu minha altura (174cm), tirou meu peso (75kg) e veio com aquela pinça para medir gordura. Que lugarezinhos safados ele resolveu pinçar. Braço, coxa, barriga, costas... Estava esperando um sorrisinho sarcástico dele no momento da barriga. Mas estava preparado para revidar se o fofolete o fizesse. Sabiamente, não fez.

"Por favor, senta no chão, pernas esticadas, sem dobrar o joelho, tente atingir ao máximo a régua. Você tem três tentativas e se dobrar o joelho, vou contar como tentativa, mas não irá valer. Irá valer o melhor resultado". Uhm!? Como assim?? Estava numa competição com o coxinha e não sabia. Agora levei pro pessoal. Primeira tentativa estiquei-me muito. Muito! Aiiiii... câimbra no abdômen. Ele nota e pede pra me alongar. 1 x 0 para ele. Danado! Na segunda e terceira tentativa, não tive cãimbra e acho que fui bem. Sento na cadeira e ele termina de fazer o laudo da avaliação.

Explica todo o procedimento realizado e aquele blá-blá-blá. Chega na parte mais importante. Percentual de gordura. Nada menos que 24,8% de gordura!! Em outras palavras, quase 20kg de gordura no meu corpo. Pensando positivamente, numa queda de avião nos Andes, poderia viver uns 12 dias sem precisar comer os amiguinhos mortos da queda. Pensando friamente, tenho levado para passear, há um bom tempo, um porco de 20kg.

Para finalizar, mostrou minha flexibilidade. Numa escala de 0 a 10, estaria quase no 1. Quase também que o empadão me disse que a minha avó, que usa andador, tem mais flexibilidade que eu. Mas ele não quis ficar catando dentes pelo chão.

Podia ter saído triste, desmotivado, enfraquecido. Mas saí com o porco de 20kg e determinado a transformá-lo a um mísero leitãozinho. Porém meus joelhos não aguentaram tantas corridas nos dias que antecederam e hoje estou precisando do andador da minha avó. Comecei a tomar o genérico do Cataflan.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Projeto Filé 2009 - 2º Dia ("The Day After")

Depois de seis vezes apertar o "soneca" do celular, acordo, atrasado como sempre. Ao me levantar da cama, já percebo que não sou mais o mesmo. Volto ao tempo e lembro das aulas de biologia do colégio, no qual tínhamos que decorar todos os nomes dos músculos do corpo. Nunca deixarei de te esquecer, externocleidomastóideo! Agora acredito que possa ser verdade, que temos todos aqueles trocentos músculos, que a v*** da professora disse que tinha (ela me reprovou por três centesimos na sétima série). Sem rancor! Claro!

Dói tudo da cintura para baixo, ou quase tudo. Sempre subo os três lances de escadas do prédio que trabalho. Mas dessa vez, pedi ajuda ao elevador. Se isso fosse com a minha projenitora, claustrofóbica, com certeza, não iria trabalhar. Tudo correu razoávelmente bem dentro da senzala em que me encontro. Não fiz nem 1 minuto de hora extra e me mandei. Chegando em casa, começo a fazer um debate reflexivo, para saber se devo ou não ir a academia. Quando moramos sozinhos, há uma carência de discutir com alguem. Faço isso internamente, mas às vezes escapam palavras. Ainda bem que ninguem escuta. Depois de muito debater, chegamos, opa! Cheguei numa conclusão: tenho que ir malhar. Não posso desistir por causa de umas dorzinhas. Arrumo-me com aquele shortinho de lycra com forro anal para ciclismo - isso salva as coxinhas do atrito. Coloco uma bermuda por cima, para não pensarem que moro na Farme e ipod no ouvido.

Feliz, quase contente, ainda sinto dores, caminho na rua em direção a academia. Opa! Tudo apagado? Tudo bem que hoje é feriado, dia de São Sebastião, o padroeiro da cidade. Mas se o padroeiro estivesse vivo, gostaria de malhar para ficar filé no verão. Então por que estaria fechada a academia?

Cabisbaixo, volto para casa. Mudo a playlist para a "female". É a playlist com músicas lentas, que me fazem lembrar os pés na bunda que recebi da mulhreda. É mortal. Mas naquele momento, essa era a trilha sonora perfeita. As pernas nem estavam mais doendo. Acho que elas ficaram aliviadas quando viram a academia fechada.

Como eu malhei na segunda-feira, fui terça na academia (mesmo que ela esteja fechada, o que vale é a intenção), acho que na quarta tenho que me resguardar por ter malhado dois dias seguidos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Projeto Filé 2009 - 1º Dia

Eu e quatrocentas e noventa e três milhões de pessoas no mundo deixam para se preocupar com a aparência fisíca quando chega o verão e não antes. Tudo eu deixo para cima da hora e não ia ser agora que mudaria. Mas vamos ao relato do primeiro dia.

Chegando no estabelecimento, a recepcionista disse que eu precisava de um atestado médico e de uma avaliação funcional. Ambos custam 40 reais, mas o atestado poderia vir de fora. Por sorte, eu tinha o atestado. Pedi quando fui ao ortopedista para ver o meu joelho. Por mais sorte ainda, só aceitavam atestados emitidos até 1 mês. Bem, hoje é dia 19 de janeiro e ele foi feito no dia 18 de dezembro. Nada com que uns olhares sedutores não conseguiriam contornar. Essa foi fácil. A recepcionista ligou pra gerente e ela autorizou. Olha que a gerente nem viu meu olhar sedutor. Beleza até o momento. Agora aquela avaliação funcional. Para quem não sabe que diabos é isso, explico: O infeliz te mede em tudo, peso, altura, comprimento do fêmur, quanto de gordura nos cilios... Para alguns desses itens, ele te coloca na parede, sem camisa e de bermuda e tira fotos. Nesse momento achei que estava num programa de TV e iriam me usar para vender cinta abdominal. Resumindo, para quem é sedentário como eu, isso é vergonhoso. Mas..... para eu começar a malhar (levantar peso) precisaria fazer tal avaliação. E tem que agendar! Ou seja, enquanto eu não me exponho àquele ridículo, tenho que ir para academia só para fazer trabalhos aeróbicos (esteira, bicicleta, olhar as gostosas...). Avaliação agendada, fui correr.

Correr menos de 30 minutos é ultrajante. Mas antes de correr, verifiquemos o peso. Uhhmmm 77,7kg. Para alguem de 1,74m, estou fortinho. Mas nem tanto. Obviamente para uma pessoa hiperativa, que cansa de tudo muito rápido, levei meu ipod e coloquei a playlist que me empolga. Também tive que pegar uma esteira bem de cara para televisão. Só o ipod não é suficiente para segurar toda minha atenção.

Comecei a correr com uma música bem empolgante. Coloquei a esteira numa velocidade forte, pelo menos para mim era bem forte. Depois que acabou a musica, olhei para ver o quanto tempo estaria faltando, 28'30". A música era pequena mesmo, mas parecia que eu tinha corrido do flamengo à Barra pela linha amarela. Consegui segurar o ritmo com a música que vinha.

Beleza, estamos indo bem. Respirando pelo nariz e soltando pela boca. Isso.... não!!! não tente dançar que sua mãe não lhe deu o dom da dança e não é aconselhavél dançar numa esteira em funcionamento. Achei melhor reduzir um pouco a velocidade, pois meu objetivo era a Barra e não Angra dos Reis.

Passados 18 minutos, veio o professor tirar meus batimentos. Entregou-me um dispositivo que coloquei no peito e no relogio de pulso dele saiu o resultado: 182 batimentos por minuto. Meu coração estava batendo tão rapido quanto de um recém nascido. Prontamente ele me perguntou a idade para saber qual seria meu batimento máximo permitido. Mas prontamente ainda, sem gaguejar, respondi: "vinte e três!". Ele fez uma cara de desconfiado e devolvi: "Tá bommmmm vinte e seis, mas me sinto como tivesse vinte, na média, vinte e três.". Palavras como "idiota" e "mongo" devem ter passado pela cabeça dele. Mas me perguntou se estava tranquilo com o ritmo. Respondi que sim e ele foi embora. Mal sabia ele que eu estava torcendo mais para acabar logo aqueles minutos remanescentes, do que torci para o Vasco ir para a segundona (queria ver o circo pegar fogo entre Dinamite e Eurico).

Ufa! Completei os intermináveis 30 minutos. Tinha percorrido 5,5km e sai andando com aquela impressão de que você está andando devagar e o mundo passando rápido (só eu tenho essa sensação quando corro em esteira, ou mais alguem?). Opa! Balança de novo. Subi e marcou 77,4kg. Nossa! Foram 300g só numa corridinha tranquila de 30 minutos. Mas rapidamente coloquei as 300g de volta no bebedouro da academia.

Esse primeiro dia foi um pouco sofrido, mas se continuar no ritmo, chego lá. Quero ver meus muscúlos amanhã quando acordar...